No ano de 1969 a Gráfica & Editora Penteado (GEP) lançava nas bancas um gibi especial chamado Os Conquistadores, apresentando aventura em HQ com o personagem Antônio de Almeida Lara. A ação transcorre no ano de 1700, narrando enredo fictício mas que demonstra o bom conhecimento da História que tem o roteirista, ele que aparece muito bem acompanhado por um ilustrador que apresenta brilhantemente cenários & personagens. Poucas informações pude encontrar a respeito dos autores. Na capa há uma assinatura dupla: Andy e Raposo. Tudo indica ser Andy o roteirista, e Raposo o ilustrador. Ou terá sido Andy o ilustrador, e Raposo o artefinalista? Ou ainda, seria Raposo um pseudônimo (aproveitando o nome do famoso bandeirante, Raposo Tavares)? Tive a chance de consultar mestre Gedeone Malagola, que por ocasião do lançamento de Os Conquistadores era diretor artístico da GEP. Gedeone relembra que os autores entregaram o material e sumiram sem mais dar notícias, e não voltaram à editora nem mesmo para receber o pagamento (Gedeone confirma que a revista vendeu muito bem). Uma pena, e infelizmente, não é o único exemplo de talentosos autores brasileiros das HQs que abandonam a estrada antes do meio do caminho...
Quanto ao referido personagem principal deste gibi, Antônio de Almeida Lara é um bon vivant da vila de São Paulo, gastando a herança que recebeu de seu pai, renomado bandeirante, em farras e bebedeiras. Até o dia em que o dinheiro finalmente se esvai e, para ajudar sua mãe, Lara decide dar fim à boa vida e parte de encontro à bandeira de seu tio Fernão de Albuquerque, que buscava ouro se embrenhando no sertão paulista. A partir daí são incontáveis os perigos e as aventuras que atravessam o caminho do rapaz, fazendo desta esquecida HQ um pequeno clássico. Antônio de Almeida Lara se depara com todo tipo de perigo, especialmente animais selvagens: onça pintada, porcos bravios, sucuri, lobo guará... encontrando o tio, este se mostra severo porém justo, e bota o sobrinho para trabalhar duro. Outro que alcançou a bandeira e acabou se tornando amigo de Lara é o negro Angola, fugido de seus donos, inconformado por ter sido separado de sua amada companheira. Além dos perigos da mata, os homens da bandeira de Fernão Albuquerque ainda têm que enfrentar facínoras saqueadores, que desejam tomar na mão grande todo ouro exaustivamente garimpado pelo grupo bandeirante. Após terrível batalha, os bandidos conseguem ser detidos. Na segunda parte da “Saga de Lara”, o herói percorre o trajeto de volta pra casa junto de seu novo escravo-parceiro, o negro Angola (por quem se afeiçoou e admira a coragem). No caminho encontram Pedro, caçador de ouro que havia sido abandonado e traído por seu grupo. Os três passam então a enfrentar novos perigos, até o regresso ao lar dos Lara, onde Antônio pôde enfim abraçar sua mãe e dar o dinheiro ganho com tanto sacrifício na bandeira. Infelizmente Os Conquistadores ficou nesta única edição.
Parabens pelo seu trabalho DE PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA DO QUADRINHO NACIONAL! Tenho uma história meio besta sobre esse gibi que tem uma qualidade incrivel comprei esse gibi num sebo na época da editora Grafipar fiquei entusiamado com otrabalho e acabei enviando para a editora Grafipar que na época estava com um trabalho para mim incrivel de publicação de Quadrinhos Nacional enviei na esperança que fosse entregue a um dos desenhista que admirava!Um abraço e tudo de bom em tudo e sempre
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