Personagens dos Gibis
segunda-feira, 1 de abril de 2013
O VIGILANTE RODOVIÁRIO
O HOMEM MICROSCÓPICO
domingo, 20 de maio de 2012
ALEX & CRIS NA REVISTA CRÁS!
Abaixo segue uma HQ de personagens que foram grande destaque nos dois primeiros números de Crás!: Alex & Cris, escrita por Octaviano Ribeiro e ilustrada por Walmir Amaral de Oliveira, este gigantesco talento da HQ. Walmir Amaral de Oliveira é carioca do Méier, nascido em dezembro de 1939. Autodidata, começou a trabalhar na Rio Gráfica Editora (RGE) em 1957, destacando-se quando, findo o material do Black Rider nos EUA, e diante da necessidade de se manter esse título que era um dos mais rentáveis nas bancas brasileiras, foi encarregado de produzir HQs do Cavaleiro Negro. Além do herói mascarado do faroeste, nos 33 anos em que trabalhou para a editora de Roberto Marinho, Walmir produziu incontáveis capas e HQs dos mais famosos personagens, incluindo Sir Falcon/Águia Negra; Phantom Ranger/Cavaleiro Fantasma; Straight Arrow/Flecha Ligeira - e, como não poderia deixar de ser, os carros-chefe da RGE, aqueles criados por Lee Falk, The Phantom/Fantasma e Mandrake - sem falar nas belíssimas capas e ilustrações retratando clássicos personagens dos comics que Walmir produziu para o Gibi Semanal na década de 70 do século passado. Dentre os personagens brasileiros dos Quadrinhos, desenhou por muito tempo O Vingador e outro que se tornou um dos mais famosos hérois brasucas dos gibis: O Anjo. Enfim, não há quem tenha lido gibis nos anos 60 e 70, que não reconheça imediatamente o traço bonito & vigoroso de Walmir Amaral de Oliveira. Como vocês mesmo poderão conferir a seguir, nesta aventura de Alex & Cris publicada no primeiro número de Crás! pela Editora Abril. Alex & Cris formam um sexy casal de agentes secretos, enfrentando a bandidagem onde quer que se encontre. A inspiração parece mesmo The Seekers (no Brasil, Os Panteras), de John Michael Burns - curiosamente, o próprio Walmir Amaral desenharia uma capa para uma edição especial de The Seekers, no número 5 do Gibi Especial da RGE (setembro de 1975). E, certamente, se Octaviano e Walmir pudessem ter dado seqüência a Alex & Cris, alcançariam um nível tão bom quanto aquele alcançado pelo artista inglês.
NÁUFRAGOS DO ESPAÇO
As novas tecnologias para impressão gráfica desenvolvidas a partir de meados da década de 50 do século passado, e notadamente a partir da década seguinte, alcançaram também o mercado editorial brasileiro e possibilitaram a expansão de pequenas editoras, o que significou um número incalculável de gibis que foram lançados, a maioria como sempre de material estrangeiro, mas também muito material brasileiro, período em que despontaram das mentes e das mãos de artistas iluminados, múltiplos personagens inesquecíveis para os leitores da ocasião, e mesmo depois de tanto tempo ainda são objeto de admiração e estudo, ou mesmo de uma crônica descompromissada, como esta que vocês lêem agora. Editores, roteiristas e ilustradores brasileiros das HQs não perderam aquela “onda” e tiveram no período um campo aberto para mostrar e comercializar sua arte. Editoras nascidas em garagens ou fundos de quintais aos poucos foram ganhando estrutura e lançavam inúmeros títulos de circulação nacional. La Selva, Outubro-Continental, Gráfica e Editora Penteado (GEP) e Taíka são os nomes mais lembrados, cada uma delas merecendo uma pesquisa mais apurada, entre tantas outras como a paulistana Editora Roval de Salvador Bentivegna (ex-La Selva). Antes que passasse a se chamar Gorrion (que chegou até a publicar pioneiramente alguns personagens da Marvel no Brasil, Luke Cage, Linda Carter Enfermeira da Noite e se não me engano até o Conan), lançou este gibi dos Náufragos do Espaço, muito provavelmente nos primeiros anos da década de 1970. Totalmente produzido por Sérgio Carpanese, Náufragos do Espaço é uma história-em-quadrinho de ficção-científica primorosa, que merecia virar filme de cinema. O autor mescla com muito talento as influências européia e estadunidense e acaba criando um estilo muito peculiar, agradabilíssimo de se ver, enquanto vai narrando as peripécias de cinco aventureiros do espaço. Ninguém melhor do que o próprio Carpanese para contar a sinopse da HQ, logo no primeiro quadro: “Cinco terrestres naufragam em um planeta desconhecido. Seres sedentos de sangue, tribos humanóides e estranhos monstros vêm modificar-lhes a existência, fazendo-os viver a cada momento novos episódios, cheios de aventura”. Ao tratar sobre povos futuristas numa história fictícia, o autor demonstra conhecimento sobre os antigos povos da humanidade. Infelizmente ainda tenho pouca ou quase nenhuma informação sobre este gibi que é o número 1 de Os Náufragos do Espaço. Há pelo menos dois anúncios muito interessantes: o do próximo número da revista (será que saiu?), e de um outro título da Roval, também produzido por artista brasileiro: Jacob Wizard, O Feiticeiro, por Moacir Rodrigues. Será que chegou a ser lançado? Bem, a esperança é que outros caça-gibis mais experientes venham em meu socorro... (JS)
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
O VINGADOR
Houve um tempo em que os heróis mascarados do faroeste eram os mais populares nas bancas, não só nos EUA mas no Brasil também, onde personagens como Zorro/Lone Ranger, Cavaleiro Negro/Black Rider e Durango Kid eram os títulos mais vendidos, e suas aventuras, as mais apreciadas pelos leitores. Por todo o mundo surgiram personagens de Quadrinhos baseados nos grandes sucessos estadunidenses, e no Brasil não foi diferente, sendo que um deles merece nossa apreciação neste fanzine, pela inesperada repercussão que teve no passado: O Vingador.
Como era baseado em personagens dos comics de faroeste norte-americano, a origem do Vingador não poderia fugir muito disso: Nelson Coston é um jovem que tem o pai covardemente assassinado e que, após conseguir sua vingança, torna-se cavaleiro errante das pradarias. Certo dia, salva um velhinho de uma baita enrascada - e o tal velhinho era ninguém menos do que o Vingador original que, sentindo o peso dos anos, repassa sua máscara para Nelson. Diferente do Lone Ranger que não tira a máscara nem para dormir, mas semelhante ao Cavaleiro Negro e ao Durango Kid, Nelson torna-se a identidade secreta do renovado Vingador. A respeito daquele “velhinho” que foi salvo por Nelson, lembremo-nos de que antes deste Vingador de Hélio Porto & Valmir Amaral, a HQB já registrara, duas décadas antes, outro caubói mascarado homônimo, com histórias escritas por Péricles do Amaral (o memorável autor do Capitão Atlas) e desenhado por Fernando Dias da Silva - e tudo indica que talvez esta tenha sido a referência para a origem do Vingador da Editora Continental. Posteriormente, nos primeiros anos da década de 80 do século passado, outro Vingador mascarado do velho oeste cavalgou nas páginas dos gibis, desta feita para a editora paranaense Grafipar/Bico de Pena, em histórias criadas por Franco de Rosa.
TAMBU & KOREME
Também outra personagem dos comics, a conhecida Sheena A Rainha das Selvas acabou causando furor e gerando diversas imitações em todos os países onde existisse gibis (uma popularidade que perdeu e ainda não conseguiu recuperar). Gedeone Malagola, no digno laboratório de HQs que se tornou a Editora Júpiter, criou também uma "Sheena" brazuca: Koreme, aparecia em aventuras solo ou ao lado de Tambú. (JS)
domingo, 3 de julho de 2011
CAPITÃO ATLAS
Baseado em programa radiofônico criado por Péricles do Amaral, o Capitão Atlas veio a tornar-se o primeiro herói brasileiro dos Quadrinhos a ganhar gibi próprio, lançado em 28 de fevereiro de 1951 pela Editora Ayroza. Esta primeira fase das aventuras do Capitão Atlas em Quadrinhos durou 24 números, com roteiros do próprio criador Péricles do Amaral (escritor talentoso e muito criativo), tendo desenhistas como Vasquez, Luiz (de quem não conseguimos maiores informações), além de Fernando Dias da Silva e André Le Blanc - este último mais conhecido entre os estudiosos dos comics, de origem haitiana radicado no Brasil, artista muito profícuo da Editora Brasil América Ltda. (Ebal) de Adolfo Aizen, posteriormente Le Blanc trabalhou nos EUA, tornando-se assistente de Al Capp, o célebre autor do Ferdinando/ L’il Abner. A popularidade do Capitão Atlas não se restringiu ao rádio e aos Quadrinhos, tendo também ganho sua versão para a televisão, em seriado exibido pela TV Rio - evidentemente nenhum registro deste programa de tv chegou até os dias de hoje, como o de nenhum outro dos primórdios da televisão brasileira.
A partir de 1959, as aventuras do Capitão Atlas em Quadrinhos ganharam nova série de gibis através da Editora Garimar (também do Rio de Janeiro). As mesmas histórias produzidas na Editora Ayroza ganharam novas versões, mais detalhadas, agora pelas mãos de artistas talentosos como Getúlio Delphin, Ernesto Garcia e Fernando de Lisboa. Esta nova série durou 12 números. E a popularidade do Capitão Atlas ainda persistiu por alguns anos, sendo que a mesma Editora Garimar tentou uma nova série de aventuras com o herói das selvas brasileiras, a partir de junho de 1966. Parece que nesta 3ª. fase foram reeditadas as histórias publicadas pela Garimar anteriormente. Tenho o primeiro número desta 3ª. fase do Capitão Atlas (a 2ª. pela Garimar), que me foi presenteado pelo saudoso amigo & parceiro Gedeone Malagola, onde consta a história “No Reino Do Dr. Ignátis”, publicada originalmente no número 2 da Editora Ayroza (com desenhos de Luiz), mas neste gibi cuja capa vos apresentei há pouco, a HQ interna é assinada por Getúlio Delphin, e que muito provavelmente já havia sido publicada na 1ª fase da Garimar.

A inspiração do CapitãoAtlas é o Jim das Selvas/Jungle Jim, de Alex Raymond. Atlas vive suas aventuras nas florestas ao lado de seus companheiros Chico (um índio), Tunicão (um cangaceiro), do jovem Quati e de sua namorada, Rainha. As histórias mesclam os gêneros de aventura na selva com ficção científica, e até mesmo uma pontinha de terror-suspense, notabilizando a criatividade do autor Péricles do Amaral. (JS)

fontes de pesquisa: Fã Zine de José Eduardo Cimo e O Castelo de Recordações de José Magnago.


















